sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Gian Lorenzo Bernini
1598-1680
...
Um dos pioneiros da arte barroca, juntamente com seu rival Francesco Borromini, Bernini é autor de inúmeras obras célebres, entre as quais se destaca o baldaquino da basílica de São Pedro em Roma.
Escultor, arquiteto e pintor italiano, Gian Lorenzo Bernini nasceu em Nápoles em 7 de dezembro de 1598. Estudou em Roma com o pai, também escultor, e em 1616 já dava mostras de seu talento no grupo "Enéias, Anquises e Ascânio fugindo de Tróia".
As primeiras esculturas de Bernini já eram altamente revolucionárias pelo movimento, os valores tácteis e a expressão dos rostos.
Por encomenda do cardeal Borghese, realizou várias obras num estilo independente que representava uma reação contra os conceitos da estatuária renascentista então em voga.
Entre esses trabalhos destacam-se "David lançando a pedra" (1619), "O rapto de Prosérpina" (1621) e "Apolo e Dafne" (1623), hoje na Galleria Borghese, em Roma.
Seu "David", no mesmo museu, retratado no ato de lançar a pedra, tem o mérito de envolver o espectador na ação, característica que lhe marcou outras obras.
Matteo Barberini, eleito papa em 1623 com o nome de Urbano VIII, foi o maior patrono de Bernini. Durante seu pontificado, o artista criou o baldaquino de São Pedro (1624), as fachadas da igreja de Santa Bibiana e do palácio Propaganda Fide (1627), o projeto dos campanários da basílica de São Pedro.
Essa estrutura simbólica, montada em bronze sobre o túmulo do apóstolo Pedro, constitui uma nova fusão de escultura e arquitetura e, pela perfeição de suas proporções, serve de mediador entre o visitante e as dimensões gigantescas da basílica.
Da mesma época datam inúmeros túmulos e fontes, como a da Barcaccia, na Piazza di Spagna, em Roma. Além disso, pintou, fez gravuras e escreveu para o teatro.
Em 1644 morreu Urbano VIII, que foi sucedido por Inocêncio X. Bernini perdeu seu privilegiado lugar no Vaticano para o rival Borromini. Estava então trabalhando no grupo "A verdade descoberta pelo tempo", em alusão à injustiça das perseguições que lhe foram movidas, mas que ficou inacabado.
Em 1647 Bernini completou, na capela Cornaro da igreja de Santa Maria della Vittoria, em Roma, o "Êxtase de santa Teresa", um dos pontos altos da escultura barroca.
Pouco depois reconciliou-se com o novo papa, que lhe encomendou a "Fonte dos quatro rios" (1648-1651), peça central da Piazza Navona, também em Roma. Em 1656, já no pontificado de Alexandre VII, projetou a colunata da praça de San Pietro, a igreja de Sant'Andrea al Quirinale e a escada régia do Vaticano.
Na basílica de São Pedro há outras obras notáveis de sua autoria, como o túmulo de Urbano VIII (1628-1647), que mostra o papa sentado, o braço alçado em gesto de comando. Abaixo, ladeando o sarcófago de bronze, encontram-se duas virtudes em mármore branco, a Caridade e a Justiça. Por cima do sarcófago a figura da Morte parece escrever o nome de Urbano numa folha.
Outro famoso túmulo é o de Alexandre VII (1671-1678), executado porém, em grande parte, por seus discípulos.
A fama do escultor e arquiteto ultrapassou as fronteiras da Itália. A convite de Luís XIV, Bernini passou algum tempo em Paris. Seus projetos para a fachada do Louvre não chegaram, no entanto, a ser executados. De sua estada na França só ficaram um busto de Luís XIV, vários desenhos e a estátua eqüestre do rei francês.
Em seus últimos anos Bernini restaurou a ponte do castelo de Sant'Angelo (1667-1669), para a qual criou uma série de anjos amargos e dolentes.
Bernini foi durante mais de dois séculos desprezado pelos acadêmicos e classicistas e considerado o melhor exemplo do mau gosto e da monstruosidade artística. Com a reabilitação do estilo barroco no século XX, voltou a ser reconhecido como um dos maiores escultores e arquitetos de todos os tempos.
De suas pinturas, conservam-se o "Martírio de são Maurício" (c. 1630), no Studio del Musaico, do Vaticano, e o auto-retrato na Galleria degli Uffizi em Florença.
Vitimado por uma apoplexia, Bernini morreu em Roma em 28 de novembro de 1680.
1598-1680
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Um dos pioneiros da arte barroca, juntamente com seu rival Francesco Borromini, Bernini é autor de inúmeras obras célebres, entre as quais se destaca o baldaquino da basílica de São Pedro em Roma.
Escultor, arquiteto e pintor italiano, Gian Lorenzo Bernini nasceu em Nápoles em 7 de dezembro de 1598. Estudou em Roma com o pai, também escultor, e em 1616 já dava mostras de seu talento no grupo "Enéias, Anquises e Ascânio fugindo de Tróia".
As primeiras esculturas de Bernini já eram altamente revolucionárias pelo movimento, os valores tácteis e a expressão dos rostos.
Por encomenda do cardeal Borghese, realizou várias obras num estilo independente que representava uma reação contra os conceitos da estatuária renascentista então em voga.
Entre esses trabalhos destacam-se "David lançando a pedra" (1619), "O rapto de Prosérpina" (1621) e "Apolo e Dafne" (1623), hoje na Galleria Borghese, em Roma.
Seu "David", no mesmo museu, retratado no ato de lançar a pedra, tem o mérito de envolver o espectador na ação, característica que lhe marcou outras obras.
Matteo Barberini, eleito papa em 1623 com o nome de Urbano VIII, foi o maior patrono de Bernini. Durante seu pontificado, o artista criou o baldaquino de São Pedro (1624), as fachadas da igreja de Santa Bibiana e do palácio Propaganda Fide (1627), o projeto dos campanários da basílica de São Pedro.
Essa estrutura simbólica, montada em bronze sobre o túmulo do apóstolo Pedro, constitui uma nova fusão de escultura e arquitetura e, pela perfeição de suas proporções, serve de mediador entre o visitante e as dimensões gigantescas da basílica.
Da mesma época datam inúmeros túmulos e fontes, como a da Barcaccia, na Piazza di Spagna, em Roma. Além disso, pintou, fez gravuras e escreveu para o teatro.
Em 1644 morreu Urbano VIII, que foi sucedido por Inocêncio X. Bernini perdeu seu privilegiado lugar no Vaticano para o rival Borromini. Estava então trabalhando no grupo "A verdade descoberta pelo tempo", em alusão à injustiça das perseguições que lhe foram movidas, mas que ficou inacabado.
Em 1647 Bernini completou, na capela Cornaro da igreja de Santa Maria della Vittoria, em Roma, o "Êxtase de santa Teresa", um dos pontos altos da escultura barroca.
Pouco depois reconciliou-se com o novo papa, que lhe encomendou a "Fonte dos quatro rios" (1648-1651), peça central da Piazza Navona, também em Roma. Em 1656, já no pontificado de Alexandre VII, projetou a colunata da praça de San Pietro, a igreja de Sant'Andrea al Quirinale e a escada régia do Vaticano.
Na basílica de São Pedro há outras obras notáveis de sua autoria, como o túmulo de Urbano VIII (1628-1647), que mostra o papa sentado, o braço alçado em gesto de comando. Abaixo, ladeando o sarcófago de bronze, encontram-se duas virtudes em mármore branco, a Caridade e a Justiça. Por cima do sarcófago a figura da Morte parece escrever o nome de Urbano numa folha.
Outro famoso túmulo é o de Alexandre VII (1671-1678), executado porém, em grande parte, por seus discípulos.
A fama do escultor e arquiteto ultrapassou as fronteiras da Itália. A convite de Luís XIV, Bernini passou algum tempo em Paris. Seus projetos para a fachada do Louvre não chegaram, no entanto, a ser executados. De sua estada na França só ficaram um busto de Luís XIV, vários desenhos e a estátua eqüestre do rei francês.
Em seus últimos anos Bernini restaurou a ponte do castelo de Sant'Angelo (1667-1669), para a qual criou uma série de anjos amargos e dolentes.
Bernini foi durante mais de dois séculos desprezado pelos acadêmicos e classicistas e considerado o melhor exemplo do mau gosto e da monstruosidade artística. Com a reabilitação do estilo barroco no século XX, voltou a ser reconhecido como um dos maiores escultores e arquitetos de todos os tempos.
De suas pinturas, conservam-se o "Martírio de são Maurício" (c. 1630), no Studio del Musaico, do Vaticano, e o auto-retrato na Galleria degli Uffizi em Florença.
Vitimado por uma apoplexia, Bernini morreu em Roma em 28 de novembro de 1680.
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